No passado dia 5 de novembro tivemos o prazer de poder contar com a presença do escritor Pedro Seromenho no nosso Agrupamento. Entre histórias que faziam esvoaçar o pensamento até ao mundo da imaginação e desenhos que arregalavam os olhos de quem via os dedos do escritor ilustrarem o papel, um dos nossos alunos deu asas à sua criatividade e fez aparecer a história intitulada "O exército das molas". Vamos deliciar-nos com a sua leitura, pode ser?
“Tudo começou numa cidade chamada Moleza e numa das muitas fábricas que nela existiam. Aí havia uma fábrica de fazer molas de várias cores e todas elas inimigas das outras cores, por exemplo, as molas azuis das vermelhas eram inimigas de morte.
Quando acabadas de fazer, ficavam todas juntas numa única caixa, mas quando saíssem era uma guerra à noite. Montavam torres de vigia, faziam armadilhas e arranjavam armaduras. Por azar, as azuis foram penduradas na mesma corda da varanda juntamente com as vermelhas e isso criou uma grande confusão.
O objetivo das azuis era expulsar as vermelhas e das vermelhas expulsar as azuis. Tudo isto planeado num posto secreto. Nessa noite, umas trabalhavam nas armas, outras nas armadilhas e as restantes pensavam numa estratégia, para na noite seguinte atacarem. Mas, nessa noite, os espiões vermelhos foram ver o que as azuis estavam a planear e que era, claro, atacar as vermelhas.
No dia seguinte, os ânimos já estavam menos exaltados, com as equipas mais calmas. Só que isto não durará para sempre, pois à noite é que irá começar a “festa”.
Quem começou foram as vermelhas, com um colher e uma uva: a colher era a catapulta e a uva era a bala. Depois, as azuis começaram com as espadas de palitos e capacetes de rolhas de plástico.
As vermelhas, ao atirarem, mandavam muitos guerreiros abaixo da varanda. Alguns ficavam sem pernas, outros acabavam por morrer. Mas é claro que isto não acabou assim. O menino que fazia parte da casa começou a brincar com molas vermelhas e a atirá-las contra a parede e também elas ficaram sem pernas e algumas acabaram mortas.”
(Jorge Marques, 8º B)