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De 6 a 9 de Maio, decorreu, na nossa escola, a Feira do Livro, no âmbito do Plano Anual de Actividades da Biblioteca, com o objectivo de promover o gosto pela leitura, facilitar o acesso ao livro e divulgar novidades literárias.
Aberta a toda a comunidade educativa, foram vários os grupos das escolas do Agrupamento que visitaram a Feira: as crianças do pré-escolar, os alunos das escolas do 1º ciclo e os alunos do 2º e 3º ciclos e do secundário da nossa escola. Na feira do livro esteve também presente o Jardim de Infância da Ober. A Livraria Sandra foi a responsável pela reposição dos livros, disponibilizando dezenas de títulos de diversas áreas temáticas como Banda Desenhada, Romance, Infanto-juvenil, Auxiliares de ensino, Medicina e Saúde, História, Arquitectura, Arte, Pedagogia, entre outras. Em destaque, esteve o escritor António Mota, natural do Concelho e autor de livros infanto-juvenis.
No dia 9 de Maio, durante a manhã, o escritor António Mota esteve presente na Feira do Livro. O autor com o maior número de livros no Plano Nacional de Leitura, deslocou-se à nossa escola para um encontro, que decorreu no auditório, com o público infantil do Jardim de Infância de Pranhô e os jovens leitores do 5º e 6º anos. Os alunos repartiram-se por 3 sessões de cerca de 50 minutos cada, de acordo com as suas faixas etárias e os seus interesses e competências de leitura. A conversa com o escritor foi antecedida de uma breve apresentação feita pela Coordenadora da biblioteca, e da apresentação de alguns trabalhos. Na realidade, este encontro foi o momento culminante de um trabalho de carácter mais amplo cujos propósitos essenciais se prendem com o conhecimento do escritor e das suas obras e com a promoção do livro, da leitura e da escrita, envolvendo as turmas do 5º A e 6º C.
Na turma do 6º C e, no âmbito da unidade didáctica “Diários e biografias” na disciplina de Língua Portuguesa, foi proposto aos alunos que elaborassem a biografia do escritor, depois de realizarem uma actividade de pesquisa que consistiu na recolha, selecção e organização de informação sobre a vida e obra do autor em páginas da Internet e numa brochura da Gailivro. O trabalho foi lido pela Anabela e apresentado em powerpoint, podendo ser visto aqui. De realçar que para alguns alunos desta turma, foi uma grande alegria rever o “professor” António Mota. O escritor foi o autor mais lido pelos alunos do 6º ano no âmbito do projecto da Biblioteca de Turma, iniciado no ano lectivo anterior. A turma do 5º A apresentou dois trabalhos na sequência do repto lançado pela professora de Língua Portuguesa, pertencente à Equipa da Biblioteca. A partir do livro “ O sonho de Mariana”, o José Miguel e o Rui contaram a história em verso, a Carolina e a Eduarda ilustraram-na. O resultado desta excelente parceria encontra-se aqui. A partir do livro “ O Agosto que nunca esqueci”, a Ana Maria fez um final diferente para esta história. A aluna que lera o livro, no âmbito da Biblioteca de Turma, começou por apresentar o resumo da história, passando depois a um interessante final para uma bela história. A anteceder os blocos de perguntas e respostas, houve ainda lugar a momentos de leitura protagonizada pelo próprio escritor: no pré-escolar, leu o livro "Se eu fosse forte" e lembrou-se de uma história que se passou quando esteve em África e viu uma manada de elefantes, estando a mãe-elefante a molhar o filhote com a tromba. Mais à frente, viu um elefante já muito velho e afastado da manada. O guia que o acompanhava explicou-lhe que o dito elefante estava doente e que iria morrer no cemitério dos elefantes. Quando o António Mota escreveu o livro "Se eu fosse forte" utilizou esta informação em duas páginas do mesmo, pois se ele fosse forte pegaria num elefante velho, sozinho e doente e levá-lo-ia para junto da manada. No 2º ciclo leu um excerto do livro “Fora de Serviço” onde foi patente a emoção e o humor que normalmente caracterizam as obras do autor.
Falou um pouco de si, das suas obras, das personagens que criou, dos lugares mágicos onde decorrem as deliciosas histórias que nos fazem sonhar... e dos projectos literários que estão para sair. Explicou que os seus livros são fruto do que vê e ouve ao que junta um pouco de imaginação. Para ele, os livros juvenis não devem ter ilustrações para que "os jovens possam sonhar". A sua última obra "Filhos de Montepó", onde se aborda a diferença num meio pequeno, dando ênfase à chegada de uma família de ciganos à localidade, terá continuidade com um segundo volume que o escritor se encontra actualmente a escrever. Quanto ao processo de criação literária, disse que o mais importante era contar uma história bem contada e que nunca sabe que rumo esta vai tomar. Revelou que escreve os seus livros ao som da música. Contou … histórias. Recordou… como enfrentou o medo. Encantou … pela sua simpatia, humildade, frontalidade e capacidade para comunicar. Deixou uma mensagem… ler, ler e ler!
Embora a maioria das perguntas ao autor tivesse sido preparada para que não houvesse repetições, houve algumas intervenções espontâneas que surgiram naturalmente num ambiente de diálogo aberto e livre. Os alunos lamentaram que o tempo não tenha chegado para fazerem mais perguntas.
No final das sessões, foram divulgados os vencedores do concurso de quadras com os títulos das obras de António Mota, tendo sido atribuído como prémio o livro “ O lobisomen”, autografado pelo próprio escritor. As quadras vencedoras:
"O Sonho de Mariana"![]()
fez-me imaginar
Pássaros e montanhas
Num mundo de encantar.
(José Miguel, 5º A)
Corri pelo mundo fora
Enfrentei grandes mudanças,
Mas o meu maior desgosto
Foi quando "Cortei as tranças".
(Sílvia 5º C)
No final de cada uma das sessões, o escritor deu alguns autógrafos, em livros que há já algum tempo repousavam nas estantes e em exemplares adquiridos na Feira do Livro.
O autor mostrou-se satisfeito ao contactar com as nossas crianças e apreciou os trabalhos dos alunos.No seu site registou o que sentiu: “Era o último dia da feira do livro do Agrupamento do Vale do Ovil. Reunimo-nos no auditório com os alunos do 5º e 6º anos. Também com os meninos do Jardim de Infância de Pranhô. Falámos e ouvimos falar. Vimos trabalhos. De vez em quando ficava um silêncio no ar, e eu lembrei-me das aulas da telescola, no edifício que ficava ali perto, do frio dos invernos rigorosos e do negrume da noite. Já se passaram tantos anos e eu revi tudo com tanta nitidez.” Este dia ficará certamente na memória de todos nós. Vê as fotos aqui.
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